quinta-feira, 17 de setembro de 2015


ENFIM

Por certo
ainda sou uma
                obra em aberto,
ainda não cheguei
               ao meu fim.

Ainda gosto muito
de quem nem um pouco,
               gosta de mim.
Mas tampouco importa
             Que seja assim.

E, egoísta que sou,
não autorizo a ninguém,
a minha morte causar,
e vou mais longe ao afirmar:

da minha morte
            eu mesmo cuidarei,
é algo assim tão íntimo,
que a este assunto não dispenso
sequer um pensamento ínfimo,
pois quando a hora chegar,
eu mesmo me darei,
           enfim, o meu fim.

Mas por certo
ainda sou uma
                    obra em aberto,
que tal coisa está
                    tão longe de mim.

Gonçalves Viana

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